Terrorista que decapitou James Foley será um rapper britânico

Os serviços secretos do Reino Unido têm um grau elevado de certeza de que o combatente do Estado Islâmico que executou esta semana o refém norte-americano James Foley será um antigo músico de 23 anos. 

O inglês de ascendência egípcia Abdel-Majed Abdel Bary já era seguido há algum tempo pela secreta britânica. Viveu até 2013 em Londres, em casa dos pais, e recentemente publicou no Twitter fotografias de cabeças cortadas.

Originalmente um aspirante a estrela de hip hop, tendo conseguido que uma das suas faixas tivesse sido tocada na BBC, Bary, que gravava sob o pseudónimo de L. Jinny, abandonou as artes no ano passado “por amor a Alá”.

Ter-se-á radicalizado sob a influência do clérigo extremista britânico Anjem Choudary. O pai do jovem, no entanto, também já tinha um historial de envolvimento com grupos radicais, tendo sido extraditado para os EUA em 2011 sob suspeita de envolvimento nos atentados de 1998 da al-Qaeda no Quénia e na Tanzânia.

O fotojornalista ‘freelance’ James Foley, recorde-se, foi recentemente decapitado no deserto sírio. O vídeo da morte foi publicado na web e o Estado Islâmico reivindicou a autoria da execução. O repórter de 40 anos tinha sido raptado em 2012 por aquele movimento radical, que chegou a pedir 100 milhões de euros pela libertação.

Em Julho último, forças especiais norte-americanas tentaram, sem sucesso, o resgate de Foley.

O Estado Islâmico é um movimento que defende a aplicação sem qualquer cedência de uma interpretação radical do Corão. O grupo maioritariamente sunita nasceu de uma cisão da filial iraquiana da al-Qaeda e ganhou força no decorrer da guerra civil síria. Controla agora parcelas consideráveis do território sírio e iraquiano, perseguindo minorias religiosas como os xiitas, os curdos ou os iazidis. É acusado de execuções em massa, decapitações, amputações, mortes por apedrejamento, raptos e conversões forçadas ao islão.

O movimento enfrenta neste momento não só a Síria e o Iraque, como também outros grupos islâmicos, milícias curdas, turcomenas e arménias, o Irão e os Estados Unidos. É considerado bem armado e financiado e revela uma assinalável capacidade de recrutamento, estando cada vez mais na mira dos serviços secretos ocidentais.