Segundo a Comissão Organizadora do Congresso (COC) de Braga, houve 2.294 militantes que regularizaram subitamente as quotas e que não as tinham actualizadas há cinco anos ou mais. Algo que terá custado 123 mil euros, uma verba que o PS recusa dizer de onde veio, invocando sigilo bancário. Insatisfeita, a COC de Braga já pediu à Comissão de Fiscalização de contas do partido um novo esclarecimento.
O secretário nacional para a Organização, Miguel Laranjeiro, afirmou mesmo que o processo é “transparente, rigoroso e democrático” e que os nomes dos dois mortos detectados foram eliminados dos cadernos eleitorais definitivos. “O secretário nacional ou não sabe o que se passa, o que é grave, ou sabe e falta à verdade”, acusa Domingos Pereira, director de campanha de Joaquim Barreto, apoiante de António Costa. O socialista garante que ainda esta quinta-feira foi detectado nos cadernos um novo caso de um morto, em Famalicão, e que as restantes situações (acamados, emigrados e pessoas que reclamaram não ter pago quotas) permanecem.
Caso o partido não resolva o assunto a tempo das eleições, “vamos usar todos os meios jurídicos e judiciais ao nosso dispor, nomeadamente recorrer ao Tribunal Constitucional, para tentar impugnar o acto eleitoral”, avança Domingos Pereira, admitindo não ir a votos no dia 6 de Setembro.
Falsos militantes em Coimbra
Em Coimbra, o caso dos falsos militantes que remonta a 2010 soma e segue. Um dos fundadores do PS, António Campos, juntamente com outros militantes interpôs uma providência cautelar, no início de Agosto, para travar as eleições na Federação de Coimbra. Os militantes consideram que as irregularidades dos cadernos eleitorais – denunciadas por Cristina Martins, que acabou expulsa do partido – continuam.
O PS já enviou a sua resposta ao tribunal, dizendo que não há motivos para suspender o processo eleitoral, apurou o SOL.