Uma candidatura própria do PCP é uma certeza – o partido sempre teve um militante seu na primeira volta das presidenciais. Nos últimos anos Jerónimo de Sousa e Francisco Lopes ocuparam esse papel, agora poderá ser finalmente uma mulher a protagonizar a candidatura comunista. Uma hipótese que antes já fora equacionada. Ilda Figueiredo, um dos rostos mais conhecidos do PCP, e neste momento liberta de responsabilidades após a sua saída do Parlamento Europeu, é um nome que o partido deve considerar.
No outro partido da extrema-esquerda, Francisco Louçã é o nome mais provável na corrida a Belém. Um apoio do BE a Guterres à primeira volta é aliás improvável, dado o papel que o ex-primeiro-ministro teve em travar a despenalização do aborto. Quanto a Louçã, o seu nome é insistentemente referido no partido como candidato. E se a actual direcção do BE ganhar em Novembro um mandato de mais dois anos (João Semedo já se manifestou disponível), a candidatura de Louçã a PR ganha força. Há um senão: as dissidências no BE, tornam pouco provável que Louçã, um forte opositor dos que saíram, venha a ter o potencial de voltar a 'reunir o rebanho' com matriz bloquista.
Ex-líder sindical pode reunir 'as esquerdas'
Carvalho da Silva é uma figura presidenciável desde há muito. A saída do PCP, a participação nas iniciativas agregadoras da esquerda contra o Governo PSD/CDS, como o Congresso Democrático das Alternativas, aumentaram o seu capital político.
O ex-líder da CGTP poderá ser uma hipótese para uma candidatura apoiada por sectores que vão dos dissidentes do BE, do Fórum Manifesto ao Livre, e que poderiam contar ainda com o suporte do BE, caso Louçã opte por não avançar.