Rui Rodrigues disse à Lusa que a acusação foi deduzida em meados de Julho, não tendo havido da parte da defesa pedido de abertura de instrução.
António Júlio Santos foi detido em meados de Dezembro último pela Polícia Judiciária por ser "presumível autor de dois crimes de abuso sexual de crianças cometidos na forma agravada", tendo a Diocese de Santarém aberto um "processo canónico de averiguações a propósito de suspeitas" sobre o pároco.
Caso não tenha havido pedido de abertura de instrução por parte dos queixosos, o processo será distribuído para julgamento, que irá decorrer em Santarém, uma vez que, com o novo mapa judicial, o tribunal da Golegã passou a secção de proximidade.
No primeiro interrogatório judicial, em Dezembro, o juiz de instrução do Tribunal da Golegã decretou como medidas de coação o pagamento de uma caução de 3.500 euros e a entrega do passaporte, tendo o padre ficado proibido de sair da sua área de residência e de se aproximar de menores.
O vigário geral da Diocese de Santarém, Aníbal Vieira, disse hoje à Lusa que o processo canónico de averiguações ainda não foi concluído, cabendo a decisão final à Santa Sé, que normalmente aguarda pela conclusão das decisões civis.
O padre foi suspenso de funções nas paróquias onde exercia (Golegã, Azinhaga e Pombalinho), mas não está privado da actividade sacerdotal, continuando a concelebrar em algumas celebrações públicas, disse o vigário geral à Lusa.
Aníbal Vieira disse acreditar que o processo decorrerá "com tranquilidade" e que permitirá o "apuramento da verdade".
O padre António Santos deixou de comparecer aos serviços na comunidade em meados de Novembro, depois de terem começado a surgir comentários sobre a ocorrência de alegados abusos a uma menor durante um acampamento de escuteiros.
A Conferência Episcopal Portuguesa divulgou, em Abril de 2012, um conjunto de directrizes para o tratamento de eventuais casos de abuso sexual de menores ocorridos na Igreja, destacando a necessidade de colaboração com as autoridades civis.
Lusa/SOL