“O Presidente da República não tem ministérios, não tem serviços de execução de políticas, não tem serviços de fiscalização ou de investigação e, portanto recebe toda a informação das entidades oficiais”, disse, em Arganil, o chefe de Estado.
A Presidência “espera que logo que o Governo tenha conhecimento de factos relevantes não deixe de [lhe] comunicar”, e espera que “tenha acontecido assim – porque é o que resulta da Constituição” – no caso BES.
Cavaco Silva falava aos jornalistas depois de ter presidido à sessão comemorativa dos 900 anos do foral de Arganil.
“O Presidente da República é informado em primeiro lugar pelo Governo e é a essa informação que atribui mais importância”, acrescentou.
Acrescentou que “ouve, no entanto, muitos agentes económicos, sociais e culturais, regista tudo o que eles lhe dizem e, muitas vezes, tem essas informações que recolhe nas [suas] conversas com o Governo".
O Banco de Portugal “já deu as explicações que considerava adequadas no caso do BES”, sustentou o chefe de Estado, referindo que é esta “a autoridade fiscalizadora do nosso sistema bancário”.
A 21 de Julho, Cavaco tinha afirmado que os portugueses podiam continuar a confiar no então Banco Espírito Santo, de acordo com as informações do Banco de Portugal conhecidas à data.
Mais tarde, foi acusado por um advogado de pequenos accionistas do BES de ter levado alguns particulares a investir naquele banco em crise devido à sua declaração de Julho.
Lusa / SOL
