A tensão entre PSD e CDS em torno dos impostos promete manter-se ao longo da elaboração do Orçamento do Estado para 2015. Dos dois lados, espera-se para ver como serão as contas de Maria Luís Albuquerque, mas o CDS não quer perder o estatuto do partido que luta pela redução da carga fiscal e António Pires de Lima voltou esta semana a pôr pressão sobre as Finanças.
«O Governo, como um todo, trabalha para, dentro das suas possibilidades e com grande responsabilidade orçamental, poder aligeirar a carga fiscal nos próximos anos», disse esta quarta-feira o ministro da Economia, que foi claro ao apontar o IRS como um imposto a baixar.
No CDS explica-se que o discurso é para manter. «Sempre defendemos o aliviar da carga fiscal e vamos continuar a defender», frisa um dirigente centrista, que assume a expectativa em torno do documento que deverá dar entrada na Assembleia da República no dia 15 de Outubro: «está tudo pregado, à espera de ver o Orçamento».
Depois de o Governo ter deixado cair a reforma da Segurança Social e, com ela, a subida da TSU (Taxa Social Única) e do IVA social, espera-se que fique também pelo caminho um novo aumento do IVA em 2015. Mas nada é dado como fechado.
No PSD, espera-se também para ver. «Ainda é cedo para falar de impostos», assume um dirigente laranja.
De resto, na reunião da Comissão Permanente do PSD desta semana o tema esteve em cima da mesa. «Foi decidido que era importante receber algumas informações para saber como podemos orientar a nossa acção política», revela um dos membros daquele órgão social-democrata.
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