Terça-feira, na TVI, Costa esteve sempre na defensiva, quase atordoado e sem resposta à altura para os contundentes ataques pessoais de Seguro, esquivo e generalista no que respeita à apresentação de qualquer ideia concreta para a governação do país. Foi tal a sua apatia e inferioridade face à energia combativa e argumentativa de Seguro que soaram todas as campainhas de alarme nas hostes costistas.
Quarta-feira, na SIC, Costa estava, pois, obrigado a mudar a sua atitude e a sua estratégia para o segundo frente-a-frente. Sob pena, se não o fizesse, de esvaziar rapidamente o volumoso balão de expectativas que deixou encher com as promessas radiosas da sua próxima liderança. Ao mesmo tempo, Seguro não podia repetir a redutora, ainda que eficaz, linha de demolir criticamente ao comportamento partidário e a figura de António Costa.
Daí o equilíbrio e a quase sintonia de posições entre ambos no confronto da SIC. Afinal, programaticamente é pouco aquilo que os divide. E o debate pôde até centrar-se em propostas sobre a reestruturação da dívida ou as dezenas de medidas do Contrato de Confiança socialista.
Menos à vontade neste terreno, Seguro denotou alguma ansiedade e nervosismo, interrompendo muito e a despropósito o seu opositor. Costa foi ganhando confiança ao longo debate e terminou com um minuto final de excelente nível, com uma estocada ao ‘mau ânimo’ de Seguro no dia anterior.
Esta etapa dos debates televisivos foi quase uma batalha perdida por Costa numa guerra – a das primárias do PS – que parece há muito ganha à partida. O frente-a-frente da SIC serviu para recuperar terreno e recompor a imagem.