“Quando decidi em 1999 sair do Parlamento, onde tinha estado duas legislaturas, estava em exclusividade, não tinha outra fonte de rendimento; decidi sair e não tinha nada garantido”, disse Passos ao Negócios em Janeiro de 2009.
A resposta era dada para mostrar que não dependia da vida política para viver: “Não podia ficar empregado da política. Ia fazer 35 anos e achei que esse [era] o limite para fazer outras coisas na vida. Se um dia regressasse à política, regressaria”.
Apesar destas declarações, a Assembleia da República continua a sustentar que Passos não estava em regime de exclusividade como deputado.
Em comunicado, o gabinete da secretaria-geral da Assembleia assegura que “não existe uma declaração de exclusividade relativa ao período que medeia entre Novembro de 1995 e 1999”.
Aliás, o mesmo comunicado não dá relevância ao facto de o próprio Passos Coelho ter invocado essa exclusividade para requerer um subsídio de reintegração quando deixou a Assembleia.
A secretaria-geral da Assembleia explica que o deferimento desse pedido “não atende à questão formal da existência ou inexistência da declaração de exclusividade, mas sim à situação factual relativa aos dados sobre os rendimentos do período em causa”.