Menezes não pede exoneração do Conselho de Estado

Luís Filipe Menezes, que está a ser investigado pela Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção e crime de enriquecimento ilícito nos tempos em que dirigia a Câmara de Vila Nova de Gaia, não tenciona tomar a iniciativa de pedir ao Presidente da República a sua exoneração do cargo que ocupa no Conselho de Estado.

"No que concerne ao cargo que, com subida honra, ocupo no Conselho de Estado, nada justifica qualquer pedido de resignação ou de substituição, o que faria de imediato, caso se conjugassem as condições previstas no número 2 do artigo 14' do Estatuto do referido Conselho", declara o ex-líder do PSD em resposta ao SOL.

Ainda em declarações ao SOL, Menezes reafirma a sua inocência, recordando "nos últimos dias, surgiram na comunicação social a meu respeito noticiais absolutamente falsas, gravemente lesivas da minha honra, do meu bom-nome e da minha dignidade pessoal e profissional".

Para já, o ex-autarca de Gaia guarda os argumentos que usará "em sede própria" para sua defesa e para "reposição da verdade e responsabilização dos autores de tais notícias".

No entanto, e justificando que o objectivo é permitir que "as instâncias próprias possam decidir com absoluta serenidade e alheias a qualquer tipo de perturbação", Menezes afirma que se vai remeter ao silêncio a partir de agora e revela que vai suspender "de imediato" a sua colaboração com o Porto Canal e com o Jornal de Notícias. Isto porque, acrescenta, "entendo que não devo beneficiar de um espaço público de intervenção durante a investigação dos factos que, injusta e falsamente, foram trazidos à praça pública".

sofia.rainho@sol.pt