Foi um discurso curto sem mencionar directamente o adversário, António José Seguro, que já se demitiu do cargo de Secretário-Geral dos socialistas. Costa apenas disse: “Estas eleições não foram a derrota de ninguém mas a vitória de todas e de todos os militantes e simpatizantes do PS”. E ainda: “Estas eleições primárias só têm um vencedor, o PS, de todos os seus militantes e de todos os seus simpatizantes”.
Ao som de “Assim falou Zarathrusta”, música do filme “2001: Uma Odisseia no Espaço”, Costa chegou ao auditório do Fórum Lisboa acompanhado pelos históricos Manuel Alegre e Ferro Rodrigues, pelo mandatário nacional da candidatura Carlos César e pela directora de campanha Ana Catarina Mendes, que o ladearam no palco.
“Hoje iniciamos uma nova e decisiva etapa. Os partidos não existem por si, nem para os seus. A força que o PS hoje ganhou é a força de vontade da mudança em Portugal. É a força que os portugueses nos dão para construirmos a alternativa a este governo e a esta política”, afirmou o ainda presidente da Câmara de Lisboa.
No discurso de vitória, Costa esteve sempre com os olhos postos no futuro e, em particular, nas próximas eleições: “Hoje saímos daqui mobilizados, unidos e concentrados no dever de sermos a oposição que este governo merece e a alternativa que Portugal precisa e nos cumpre apresentar nas próximas legislativas”.
E falou já como líder dos socialistas: “Tudo farei para estar à altura da vossa confiança. Assumo este mandato com emoção e pleno sentido de responsabilidade e o mesmo espírito de serviço com que milito desde os 14 anos na JS e no PS”. Costa só assumirá o cargo de Secretário-Geral depois de haver eleições directas no partido.
Costa salientou que os militantes e simpatizantes com a sua “notável mobilização” fizeram ouvir “de forma clara e inequívoca a sua voz, a voz da mudança em Portugal”. E agradeceu à máquina que o ajudou a vencer por 68,9%: a Carlos César e Ana Catarina Mendes, aos mandatários e directores de campanha concelhios. Palavras de agradecimento ainda para o presidente da Comissão Eleitoral, Jorge Coelho, pela “organização impecável” das primárias. E também para a mulher e filhos: “Fernanda, Pedro e Catarina por todo o carinho que me deram”.
“Provámos que valeu a pena mobilizar os militantes e os simpatizantes do PS, partimos daqui para ir ao encontro de todos os portugueses. Todos vamos continuar a mobilizar Portugal, para devolver a Portugal confiança no futuro”, concluiu Costa.
A chegada de Costa ao Fórum Lisboa – local escolhido pela sua candidatura para ser o quartel-general da noite eleitoral e onde costumam decorrer as reuniões da Assembleia Municipal de Lisboa – estava prevista para as 19h00 mas só chegou por volta das 20h30. Nessa altura ainda não se sabiam resultados oficiais, mas Costa – de cravo na lapela oferecido pela filha à chegada – avançou com um discurso de vitória, dizendo que “há uma maioria clara, expressiva e inequívoca que votou pela minha candidatura”. “Vai ser cabazada”, previa um dos seus apoiantes.
Pouco depois, sabiam-se os primeiros resultados e a imagem de António José Seguro apareceu nos ecrãs de televisão. Seguro demitia-se de Secretário-Geral do PS. Gritos de alegria entre os apoiantes de Costa: “Vitória! Vitória!”, “António Costa, é de quem a gente gosta”.
A apoiar António Costa nesta noite eleitoral estiveram vários deputados do PS como Pedro Nuno Santos, João Galamba, Miranda Calha, Vitalino Canas, Pedro Delgado Alves, Eduardo Cabrita, Ana Paula Vitorino, Alberto Costa, Marcos Perestrello, Sérgio Sousa Pinto, Isabel Moreira e Inês de Medeiros. Bem como personalidades de outras áreas, por exemplo, Zé Pedro, dos Xutos&Pontapés e Margarida Martins da Abraço.
