"Para o PCP a questão que se coloca ao país não está em saber quem vão ser os futuros protagonistas da política de direita, como dissimuladamente a farsa das chamadas eleições para primeiro-ministro quis impor e o que o PS deliberadamente promoveu, seguramente para esconder responsabilidades passadas e intenções futuras", afirmou o secretário-geral comunistas, numa intervenção no encerramento da sessão pública de abertura da campanha "A força do povo por um Portugal com futuro", que decorreu num hotel em Lisboa.
Para os comunistas, acrescentou, a questão decisiva é "romper com o ciclo infernal de alternância sem alternativa".
Por isso, defendeu o secretário-geral do PCP, mais importante do que "passar a ver pelas costas" o primeiro-ministro e líder social-democrata, Pedro Passos Coelho, e o vice-primeiro-ministro e líder dos democratas-cristãos, Paulo Portas, "é a efectiva substituição das políticas que ao longo deste 38 anos foram executadas por PS, PSD e CDS".
Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa anunciou ainda a apresentação na terça-feira, na Assembleia da República, de um projecto de resolução do PCP com "uma proposta clara de ruptura".
"Terá como adversários os grupos monopolistas que vão parasitando o país, uma proposta que se eleva perante o lodaçal que marca muitas das querelas artificialmente construídas para esconder as muitas semelhanças entre os três partidos que nos últimos 38 anos estiveram no Governo", disse.
Segundo o secretário-geral comunista, a "proposta integrada" tem como objectivo "resgatar o país da dependência e do declínio", fixando calendários, as condições e opções da política nacional com vista à renegociação da dívida e à criação de condições para Portugal preparar a saída do euro e da União Europeia.
Lusa/SOL