Esta manhã, o relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito às compras de material militar por Portugal concluiu não existir "qualquer prova" ou "indício" de ilegalidades por parte dos "decisores políticos e militares nos concursos". O relatório, feito pela deputada do PSD, Mónica Ferro, está a ser contestado pelos partidos da esquerda. “Uma farsa”, diz o PCP, “Está cheio de buracos como um queijo”, afirma o PS.
A 17 de Setembro a maioria travou um requerimento do PS para uma nova audição de Portas para o confrontar com o alegado encontro no forte do Guincho com um representante do consórcio alemão dos submarinos. Mas PS e PCP consideram fundamental ouvir novamente Paulo Portas.
O PS garante que o inquérito não ficará por aqui e vai criar um site para divulgar documentos e com um formulário para aceitar contribuições voluntárias. “Esperemos que a Assembleia desclassifique os documentos com carimbo confidencial porque não há razão para os esconder dos cidadãos”, afirmou o deputado do PS, José Magalhães, referindo que o inquérito deve continuar na praça pública.
Já o PCP queixa-se que falta um conjunto muito grande” de depoimentos e documentos. “É uma farsa que chegou a um ponto ridículo”, afirma o deputado comunista, Jorge Machado. O PCP sublinha que surgiram entretanto novas notícias sobre o envolvimento da famílias Espírito Santo no negócio dos submarinos e acusa a maioria de “fugir como diabo da cruz” desses novos dados, querendo concluir rapidamente o inquérito parlamentar.
Para os comunistas permanecem um “conjunto de nebulosas” relativamente às contrapartidas, aos motivos que levaram à escolha dos materiais militares e ao envolvimento da família Espírito Santo.
Os partidos têm agora até 7 de Outubro para fazer alterações ao relatório. A discussão e votação está agendada para o dia seguinte e a votação em plenário será a 17.