Tibor Navrasics foi mesmo alvo de um voto formal de recusa, algo que nem sempre sucede quando um comissário indigitado é rejeitado, já que poderia haver apenas a indicação de inadequação em relação à pasta que lhe teria sido atribuída.
O húngaro, que teve de entregar respostas adicionais por escrito depois da sua audição, enfrentou problemas ao recusar condenar oficialmente as restrições à liberdade de imprensa na Hungria – que ele próprio ajudou a estabelecer.
O chumbo de Navrasics é uma grande dor de cabeça para Jean-Claude Juncker, já que o colégio de comissários tem de ser aprovado pelo Parlamento Europeu como um todo. Ou seja, o chumbo de um comissário indigitado põe potencialmente em risco toda a Comissão.
Juncker pode pedir agora ao Governo húngaro que apresente um novo nome para a mesma pasta. Ou pode redistribuir pelouros, reorganizando a Comissão de forma que possa ser aprovada na votação que está agendada para dia 22 de Outubro em Estrasburgo.
Amanhã, Juncker vai reunir durante a tarde com o holandês Frans Timmermans – primeiro vice-presidente da Comissão –, o presidente do Parlamento Martin Schultz e os líderes dos vários grupos políticos no Parlamento, para tentar desbloquear a aprovação da Comissão.
Uma fonte do Parlamento ouvida pelo SOL dá como pouco provável que Jean-Claude Juncker redistribua pastas, já que “os nomes foram escolhidos de acordo com os perfis para as pastas” e diz que “dificilmente” este chumbo poderá pôr em causa a indigitação do português Carlos Moedas, que foi aprovado sem problemas logo após a sua audição em Bruxelas na semana passada.