Jerónimo escandalizado com encontro de Passos e Ricciardi

O secretário-geral do PCP mostrou-se hoje escandalizado com o encontro no mesmo seminário económico no Algarve entre o primeiro-ministro e o antigo responsável do Banco Espírito Santo (BES) José Maria Ricciardi.

Jerónimo escandalizado com encontro de Passos e Ricciardi

"O exemplo acabado da política do compadrio, da promiscuidade, da impunidade que permanecem com um descaramento brutal. Quem viu ontem no Fórum Algarve Ricciardi, presidente do BESI, uma dos principais dirigentes da estrutura BES/GES, lado a lado com Passos Coelho, a ser tratado como um banqueiro impoluto e a perorar sobre a justeza das medidas do Governo para o BES. O mínimo que pode dizer, camaradas, é que isto é um verdadeiro escândalo", indignou-se, na abertura das jornadas parlamentares comunistas, em Loures.

Para o líder do PCP o que se passa no sector financeiro "é bem o resultado de uma política de favorecimento da especulação, das negociatas, do enriquecimento injustificado, de extorsão sistemática dos recursos do país e dos portugueses".

"Há quem pense, face a actual gravidade da situação que está criada, que o país está nas mãos de uma espécie de aprendizes de feiticeiro que já não controlam os seus actos e as consequências das suas decisões, mas a dramática situação que vem à luz do dia na justiça, no ensino, na saúde, na segurança social, no mundo do trabalho, no sector financeiro, na economia e na ciência", disse, optando por classificar a acção política do executivo de Passos Coelho e Paulo Portas como "abuso de poder, cegueira ideológica, acção destruidora e insensibilidade social e humana".

Jerónimo de Sousa prometeu ainda que as jornadas parlamentares comunistas vão conter propostas concretas para "resolver o paradoxo do injusto sistema fiscal português".

"Os portugueses sentem e vêem hoje com mais nitidez, quase quatro meses depois da saída formal da troika, que nada muda e tudo entrou em acelerada degradação, desorganização e desestabilização", condenou.

Lusa/SOL