Uma pequena parte dos protestantes pertencia ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) da Turquia. Este partido é considerado um grupo terrorista pela União Europeia e o seu líder histórico, Abdullah Öcalan, está preso (entre 1984 até à sua captura em 1999, Öcalan liderou a movimento guerrilheiro curdo contra o Estado turco).
“Viemos aqui para que o mundo nos oiça já que ninguém se interessa pelo que está a acontecer em Kobane”, disse um dos manifestantes à Euronews. “Há pessoas inocentes, mulheres e crianças, a serem mortas por nada e ninguém reage”, acrescentou.
Apesar dos últimos bombardeamentos em Kobane – Síria -, feitos pelas forças de coligação contra o autodenominado Estado Islâmico (EI), estes estão a provar ser praticamente inócuos. Os extremistas sunitas já entraram na cidade curda, perto da fronteira com a Turquia, e já controlam vários bairros.
Pelo menos 400 pessoas morreram em três semanas de luta em Kobane e 160 mil sírios fugiram da cidade, segundo a BBC. Se a captura de Kobane se verificar, o EI irá controlar um trecho significativo na fronteira sírio-turca.
O Governo de Ancara, apesar de ter aprovado na semana passada uma possível intervenção militar em território sírio e de Recep Tayyip Erdogan ter advertido que Kobane estava “prestes a cair”, tem mostrado relutância em apoiar as forças curdas em combate.
“Penso que os interesses e a segurança nacional da Turquia também estão em jogo aqui”, disse à BBC Karwan Zebari, um dirigente curdo.
O Governo turco poderá estar preocupado com o reacender do movimento independentista curdo na região.