Manuel Mota, o deputado que substitui Seguro

Manuel Mota, empresário e professor, já é um repetente na substituição de deputados. Em 2005, tomou o lugar deixado vago por Vieira da Silva, que foi para o governo como ministro do Trabalho e da Segurança Social, e agora substitui António José Seguro, o ex-líder do PS.

O deputado assumiu o mandato na passada quinta-feira mas ainda não decidiu se vai ficar na Assembleia da República. É empresário e professor e acredita que o parlamento “exige dedicação a tempo inteiro”. “A responsabilidade é grande. Se não conseguir fazer as coisas com a mesma dinâmica que em 2005 e não for capaz de coadunar tudo com as responsabilidades de deputado, que exigem dedicação quase sete dias por semana, não continuarei”, afirma ao SOL, Manuel Mota, que diz que decidirá dentro de um mês.

O socialista eleito pelo círculo de Braga não esquece Seguro. “Neste caso vim substituir um amigo em circunstâncias muito particulares que respeito e valorizo e que o PS deve respeitar e valorizar”, diz. E acrescenta: “Fez um trabalho extraordinário numa situação difícil para o PS. Pegou no partido com 28%, com o memorando acabado de assinar e recuperou a credibilidade do partido. Não teve a vida fácil com uma maioria e Presidente de direita, a comunicação social e o desgaste da oposição”.

Manuel Mota, 42 anos, é de Barcelos e na última quinta-feira já interveio no plenário sobre uma questão regional: a passagem do hospital de Barcelos para a Santa Casa da Misericórdia. Para o deputado é importante que haja no parlamento “um trabalho de proximidade”. Na anterior passagem pela Assembleia, de 2005 a 2011, foi coordenador do PS para a área do Ensino Superior. Além disso, criou um gabinete local em Barcelos para o atendimento ao público. “É um trabalho de proximidade que não é habitual no parlamento e que acho fundamental”, afirma.

Mas o deputado é mais conhecido em Barcelos por outras razões. Em parceria com a irmã, Rosário, gere a pastelaria “O Regresso” que surpreendeu a clientela em 2012 com o “Bolo-Rei de Ouro”, que incorpora pétalas de ouro comestível, licor de flocos de ouro e canela. “O meu pai faleceu em 2008 e assumimos a responsabilidade da empresa. Quisemos dar criatividade a alguns produtos e criámos essa iguaria que é um sucesso”, conta Manuel Mota. 

sonia.cerdeira@sol.pt