Os atrasos e erros na colocação de professores, relacionados com a Bolsa de Contratação de Escola (BCE), colocaram a educação na ordem do dia, nas últimas semanas, com as críticas, os protestos e pedidos de demissão do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, a avolumarem-se nos últimos dias.
Na segunda-feira, o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, defendeu a necessidade de uma "reflexão séria" sobre o modelo de colocação de professores, admitindo que este ano lectivo "as coisas não correram bem", mas recusando-se a dizer se entende que o ministro tem ou não condições para se manter em funções, afirmando que as propostas de exonerações de governantes são responsabilidade do primeiro-ministro.
Foi o próprio primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que recusou a saída de Nuno Crato do Governo, pelo menos no imediato, depois de, durante uma cerimónia na Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, o ministro ter manifestado vontade de regressar à universidade onde é professor, a Universidade de Lisboa.
"O senhor ministro da Educação e Ciência há de um dia regressar à sua universidade, como ele próprio disse, mas não é agora", declarou o chefe do Governo, na altura.
Depois de assumidos os erros nas listas de colocação através da BCE, o Ministério refez o processo, divulgando novas listas.
Nos últimos dias, no entanto, foram divulgados novos erros e problemas nas listas refeitas, com professores a obterem, em alguns casos, várias dezenas de colocações, podendo apenas aceitar um dos horários.
Isso levará a que muitos dos horários que aparentemente ficaram preenchidos através da BCE fiquem, na verdade, vagos, sendo necessário abrir novo processo para a colocação de docentes.
Na segunda-feira, os directores escolares manifestaram as suas preocupações com a situação, antevendo que o problema não esteja resolvido antes do final do mês.
Lusa/SOL