Demissão de Grancho não deve levar a remodelação alargada

O dia começou com duas notícias incómodas para dois secretários de Estado, mas deve acabar com a saída de apenas um. João Grancho saiu para poupar Nuno Crato a mais uma dor de cabeça. Mas, ao que o SOL apurou, nada indica que Castro Almeida lhe siga os passos.

Demissão de Grancho não deve levar a remodelação alargada

A notícia desta sexta-feira do Público sobre um alegado plágio cometido por João Grancho levou à queda do secretário de Estado da Educação. Mas não se espera para já que a história do jornal i sobre um alegado favorecimento de uma empresa de Rui Rio pelo secretário de Estado Castro Almeida possa ter o mesmo desfecho.

De resto, um membro do Governo ouvido pelo SOL desvaloriza a saída de Grancho e afasta o cenário de uma remodelação alargada.

"São situações que acontecem em todos os governos do mundo, seja por infelicidades ou por erros políticos ", comenta o membro do Governo ao SOL, que classifica como "pouco provável " a hipótese de Passos Coelho aproveitar o momento para mexer no Governo de forma mais alargada.

Mesmo a saída do outro secretário de Estado da Educação, Casanova de Almeida, é dada como  difícil, apesar de estar no centro da polémica da colocação de docentes e de as suas relações com Nuno Crato terem sido abaladas por ter tardado em dar a cara pelo problema.

"É um secretário de Estado que tem um enquadramento específico por ter sido indicado por um dos partidos da coligação [o CDS]", aponta a mesma fonte, lembrando que a substituição de Casanova teria de passar por um "acordo" no qual o partido de Paulo Portas teria uma palavra a dizer.

Até agora e apesar das pressões para a demissão do ministro da Educação por causa dos atrasos na colocação de professores e da ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, por causa dos problemas na plataforma informática CITIUS, Passos tem resistido à remodelar o Governo. Tudo indica que mantenha essa postura. "E está tudo nas mãos do primeiro-ministro ", resume fonte do Governo ao SOL, sem arriscar previsões definitivas.

margarida.davim@sol.pt