"Foi uma questão de lealdade ", explica ao SOL uma fonte do Ministério da Educação, resumindo assim a história de como a notícia desta sexta-feira do jornal Público sobre um alegado plágio feito enquanto Grancho era presidente da Associação Nacional de Professores levou à demissão do secretário de Estado.
A decisão de sair foi tomada numa altura em que é já grande o desgaste do ministro da Educação, depois de quase um mês de atraso na colocação de docentes por causa de um erro informático no concurso.
A versão oficial é a de que João Grancho sai por "motivos pessoais", mas no Ministério é claro que a saída é uma forma de tirar pressão a uma área já saturada de casos.
O ambiente é, para já, de consternação no Ministério da Educação, onde o secretário de Estado era muito bem visto. "Estamos todos com muita pena", confidencia uma fonte da 5 de Outubro.
Resta saber como ficará o ambiente daqui para a frente, numa altura em que as relações de Crato com o seu outro secretário de Estado, o centrista Casanova de Almeida, estão muito desgastadas pela polémica em torno da colocação de docentes.
Casanova de Almeida, o responsável pelos concursos de professores, demorou a vir explicar publicamente os erros que deixaram milhares de alunos sem aulas, só tendo aparecido depois de o próprio ministro ter dado a cara e pedido desculpa no Parlamento.
O gesto caiu mal ao ministro e a muitos sociais-democratas que acharam mesmo que Casanova poderia ter recebido indicações de Paulo Portas para não falar. Publicamente, o deputado do PSD, Duarte Marques, chegou mesmo a defender que Casanova se deveria demitir. Mas este nunca pediu a demissão a Crato.
Contactado pelo SOL, João Grancho não esteve disponível para fazer comentários.