Tavares justifica que há um eleitorado distinto para os dois partidos. “Entendemos que há uma nova geração de votantes, um novo segmento do eleitorado (não apenas ao nível etário) que carece de representação e entendemos que no espaço político em que o LIVRE está não existe neste momento outro partido que o represente”, explicou.
Resumindo o encontro, a socialista Maria de Belém destaca o que une os dois partidos. “Registou-se sobretudo um afinar de preocupações que são comuns. O PS considera que é absolutamente indispensável estar na política para promover o desenvolvimento e muito daquilo que está a acontecer, como o crescimento das desigualdades e da exclusão, deve ser ultrapassado com uma governação doutro tipo”, disse a presidente do PS, que na reunião foi acompanhada pelo líder parlamentar, Ferro Rodrigues.
Maria de Belém sublinhou que o PS está numa fase de transição, até ao congresso (que irá consagrar como líder António Costa). “A seguir, com a fase de estabilização do PS, será seguramente mais produtiva qualquer aprofundamento em torno daquilo em que existem convergências", sustentou.
O futuro da aproximação entre o Livre e o PS dependerá, contudo, da próxima liderança, segundo Maria de Belém. “A seu tempo se verá qual a identificação ou não identificação de posições. Temos de aguardar pela eleição do novo secretário-geral do PS, que se vai apresentar a eleições [directas] com uma moção de orientação política estratégica”, afirmou.
Esta foi mais uma reunião do Partido Livre com forças de esquerda. Até agora, o partido fundado este ano por Rui Tavares encontrou posições convergentes com a Associação Fórum Manifesto, de Ana Drago e Daniel Oliveira, admitindo-se que esta ex-tendência do Bloco de Esquerda se apresente a votos nas listas do Livre, em 2015.
*com Lusa