PSD sem fé

O partido está preocupado com os anti-eleitoralismos de Passos. Na sexta há megajantar em Lisboa com o líder para mobilizar. 

A gafe anti-eleitoralista de Pedro Passos Coelho ontem no arranque do debate sobre o Orçamento do Estado para 2015 foi mais um episódio que veio preocupar o partido, a somar à falta de sinais positivos que possam levar ainda os sociais-democratas a acreditar numa vitória nas legislativas.

Numa resposta à oposição, o primeiro-ministro deixou claro que, se ganhar as eleições no próximo ano, voltará à carga com a proposta para reverter os cortes salariais apenas numa margem de 20% em cada ano, em vez da reposição integral em 2016. «Sim, se for primeiro-ministro[depois das eleições legislativas] irei ser congruente com aquilo que defendi – a reposição à razão de 20% ao ano. Irei propor que em 2016 haja uma nova reversão de 20% dos salários para os portugueses. Creio que fui muito claro.», afirmou Passos Coelho, que ainda ironizou: «Está a ver quão eleitoralista eu estou a ser».

«Foi uma grande confusão», admitiu ao SOL um alto dirigente do PSD, que reconheceu a forma como o líder social-democrata se atrapalhou nos esclarecimentos sobre a reposição dos cortes na Função Pública.

Entretanto, e precisamente numa tentativa de mobilizar o partido e animar as hostes sociais-democratas, está marcado um jantar em Lisboa com cerca de 1.500 militantes e que contará com a presença de Passos Coelho, em Lisboa no dia 7 de Novembro. A ocasião proporcionará ainda ao líder do PSD o palco ideal para ‘responder’ à moção de estratégia que António Costa, o novo líder socialista irá apresentar, ao que o SOL apurou, precisamente na véspera, no dia 6.

Na mesma linha, com o objectivo de envolver o partido e reanimá-lo’ já em fase de pré-campanha para as legislativas de 2015, a direcção do PSD vai organizar uma série de jornadas pelo país fora, a decorrer em todas as distritais do partido entre os dias 3 e 11 de Novembro. Estas sessões pretendem explicar aos militantes as medidas do novo Orçamento do Estado e as políticas que vêm sendo desenvolvidas e todas elas vão contar com a participação de membros da direcção nacional e do Governo, além de dirigentes locais. Pedro Passos Coelho estará logo numa das primeiras na segunda-feira, em Lisboa, e também no encerramento, no Porto no dia 11.

Nas restantes marcarão presença todos os ministros do PSD, sem excepção, e também vários secretários de Estado. Maria Luís Albuquerque, a ministra das Finanças, vai estar em Aveiro no dia 8.

sofia.rainho@sol.pt