Pires de Lima está ser ouvido em reunião conjunta das comissões parlamentares de Orçamento, Finanças e Administração Pública e de Economia e Obras Públicas, no âmbito do debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2015 (OE2015).
"Temos todas as razões para acreditar que as nossas previsões são mais consistentes do que aquelas são dadas por organismos internacionais", disse o governante, em resposta a questões do deputado socialista Pedro Nuno Santos.
"Aliás, organismos internacionais que os senhores deputados sempre criticaram no passado, ou é agora que o PS se vai colar às posições e previsões do FMI [Fundo Monetário Internacional] e do BCE [Banco Central Europeu]? Não percebo este alinhamento de posições quando os senhores sempre os criticaram e às vezes até têm dificuldade de os receber", comentou o ministro.
Em média, as previsões do BCE e do FMI "apontam para um desvio de 0,4% no PIB [Produto Interno Bruto], connosco é só 0,2%", disse Pires de Lima, acrescentando que isso demonstra que as instituições "decidiram ser conservadoras com todos os países do euro", pelo que "não é uma situação específica de Portugal".
"Não vale a pena perder tempo a analisar cenários macroeconómicos feitos em gabinetes, o que me interessa é a realidade concreta das empresas a operar em Portugal que está a desmentir as profecias negativas das previsões há 18 meses", disse.
O ministro, que apontou "falta de pudor" ao deputado socialista sobre as críticas tecidas ao executivo, criticou a posição do PS em relação aos dados do desemprego.
"Os senhores ainda estão a validar a previsão [de taxa de desemprego] do BCE, que é de 13,6%, quanto ontem [quarta-feira] conhecemos dados do desemprego que são de 13,1%", criticou o governante.
António Pires de Lima lembrou que foram criados 100 mil postos de trabalho, dos quais 38 mil na indústria transformadora, 28.000 no comércio por grosso e retalho e 19 mil nas actividades financeiras e seguros.
"O PS inventou uma realidade, uma ilusão", criticou.
"Vamos superar as previsões de desemprego, no sentido de ser mais baixo do que está no orçamento. É essa a minha convicção. Já aconteceu em 2014 e deverá acontecer em 2015", sublinhou o ministro.
"Só um país que investe e só um país que cresce é [que é] um país capaz de ser campeão na redução do desemprego a nível da União Europeia. Não há nenhum país na Europa que tenha reduzido o desemprego em 2,4 pontos percentuais ao longo dos últimos 12 meses" como Portugal, concluiu.
A taxa de desemprego caiu para os 13,1% no terceiro trimestre deste ano, uma queda homóloga de 2,4 pontos percentuais e um recuo de 0,8 pontos face ao trimestre anterior, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Lusa/SOL