O PR faz questão que no Largo do Rato se perceba bem o recado: «Aquilo que o sr. Hollande, em França, ou o sr. Renzi, em Itália, foram obrigados a fazer é uma indicação de que as questões são mais complicadas do que se imagina». Ou seja, quando se chega ao Governo, a música é outra.
Eis o que Belém recomenda, com a respectiva descodificação, a António Costa. «Aqueles que pensam ser Governo – começa Cavaco, piscando o olho – concluem que Portugal não pode deixar de se apresentar, agora e no futuro, como um país que vai actuar orçamentalmente de forma a assegurar a sustentabilidade da dívida pública [ou seja: tire o PS da ideia qualquer incumprimento do Tratado Orçamental e do défice máximo de 3%, a reabertura dos tribunais, escolas e centros de saúde desactivados, ou o regresso de aumentos insustentáveis dos salários e pensões na despesa do Estado], a controlar o endividamento externo [desistam de ressuscitar megalomanias despesistas como o TGV ou mais auto-estradas], nem fazer opções orçamentais que ponham em causa a competitividade da economia» [ponham de lado qualquer tentação de mais taxas ou impostos, que só afugentam os investidores e asfixiam a iniciativa empresarial].
Cavaco não dispensa um outro alerta a Costa. Se porventura chegar a S. Bento, «não vai dizer que não cumpre as obrigações internacionais». E acrescenta: «Já foi um sinal positivo a forma como o PS acabou de apresentar o seu documento sobre a dívida pública» [isto é: esqueça de vez essas derivas esquerdistas do Manifesto dos 74 e irresponsabilidades semelhantes sobre a renegociação da dívida].
António Costa não poderá dizer que não sabe o que o espera em Belém.
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