Em 2009, o edifício que acolheu durante várias décadas a escola básica n.º 1 de Camarate foi desactivado e os alunos transferidos "provisoriamente" para contentores instalados em frente ao antigo estabelecimento.
Seis anos depois, cerca de uma centena de alunos do primeiro ciclo e do pré-escolar continuam a estudar em contentores, mas com a promessa da Câmara de Loures de que terão brevemente uma escola nova.
A notícia foi recebida com bastante satisfação pelos responsáveis do estabelecimento escolar, que se queixam das actuais condições.
"Tem sido bastante difícil, nomeadamente em tempos de calor, quando há problemas com o ar condicionado. No inverno a água entra, forma grandes poças de água e é difícil os meninos virem ao recreio", conta à Lusa Branca Neves, adjunta da direcção do Agrupamento de Escolas de Camarate.
Dentro de uma das salas de aula, já habituadas a esta realidade, as crianças de uma turma do terceiro ano escrevem no caderno as palavras ditadas pela professora, aguardando pelo toque para almoço.
À semelhança das salas de aula e da biblioteca, também o refeitório funciona num espaço improvisado, que vai "remediando".
Cá fora, no pátio, a vereadora da Educação da Câmara de Loures, Maria Eugénia, diz à Lusa que a intenção da autarquia (liderada pelo PCP desde Outubro de 2013) é que a nova escola, orçada em cerca de dois milhões de euros, esteja concluída até 2016.
"Vamos construir um edifício de raiz garantido as condições básicas que a escola pública tem e merece. Estamos neste momento a preparar os planos e os projectos", adianta a autarca.
Maria Eugénia Coelho lamenta o facto de a situação se ter arrastado durante tantos anos e refere que o aluguer durante seis anos dos contentores correspondeu a um encargo de cerca de meio milhão de euros.
"Há um conjunto de alunos que nunca frequentaram o ensino básico para além dos contentores. Não conhecem outra escola, o que é triste e dramático até", observa.
A construção de uma nova escola básica em Camarate é considerada pela Câmara de Loures como "prioritária e urgente", pelo que o executivo aprovou recentemente, para o efeito, um empréstimo de 12 milhões de euros.
No estabelecimento escolar estudam 70 alunos do 1.ºciclo e 25 do pré-escolar.
Lusa/SOL