Sócrates parece ter chegado à conclusão de que a melhor defesa é o ataque e avisa desde já que vai usar todas as armas que tem ao seu alcance para se defender. O socialista avisa mesmo que irá "conforme for entendendo desmentir as falsidades lançadas ".
A estratégia é invulgar para um arguido em prisão preventiva, mas José Sócrates explica que o fará "em legítima defesa". E que as suas declarações públicas servirão também para responsabilizar quem "engendrou" o que diz serem mentiras a seu respeito.
Tudo, através dos meios jurídicos que tem ao seu alcance. "Este é um caso da Justiça e é com a Justiça democrática que será resolvido ".
A ideia serve também para passar uma mensagem importante: o PS deve ficar de fora deste caso.
Sócrates não se defende, aliás, apenas a si. Seis dias depois de ser detido e nas vésperas de um congresso do PS, o socialista diz não ter dúvidas de que o processo de que é alvo tem contornos políticos, mas afasta o seu partido da polémica.
Para Sócrates, é claro que o processo é com ele e só com ele e, apesar de agradecer o apoio dos seus camaradas, deixa claro que o caso que o envolve deve ficar à margem da discussão política.
Sócrates acaba a declaração com um "este processo só agora começou " e promete responder com as armas do Estado de Direito.
O ex-primeiro-ministro diz mesmo que a decisão do juiz Carlos Alexandre de o manter em prisão preventiva é "injustificada e constitui uma humilhação gratuita ".
De resto, Sócrates considera que a sua detenção no aeroporto de Lisboa "foi um abuso" e mostra-se incomodado com o espectáculo montado em torno da sua detenção, que considera uma "infâmia ".
Sócrates atira ainda contra os jornais e televisões, criticando as fugas de informação e lembrando que a violação do segredo de Justiça é um crime contra si e contra o próprio sistema judicial.