Congresso do PS: Carlos César pede maioria absoluta

O Congresso do PS arrancou esta manhã ainda sem referências ao caso José Sócrates. São dois dias em que o partido tenta virar as atenções para o combate ao Governo e para se mostrar como “alternativa”. E já pede maioria absoluta. 

Congresso do PS: Carlos César pede maioria absoluta

O presidente do partido eleito, Carlos César, não perdeu tempo: “Pedimos a maioria absoluta dos votos nas próximas eleições”. O discurso parece já de campanha e justifica a necessária “grande vitória do PS” com as “grandes fragilidades” em conseguir estabelecer “compromissos interpartidários” com PCP e BE, “uma esquerda que só tem sido útil à direita”, e com PSD e CDS.

A estratégia da direcção para o Congresso era clara: conter a teoria da cabala em marcha com a detenção do ex-primeiro-ministro e concentrar as atenções na “alternativa”. O combate ao Governo e ao Presidente da República têm para já sido os alvos dos socialistas, preparando terreno para as próximas eleições. 

“A direita já percebeu que perdeu a ligação com o país e que agora é o tempo do PS. A direita mais não tem feito do que ser oposição à oposição. Estamos hoje numa situação única em que o governo do país está a fazer oposição à Câmara de Lisboa”, afirmou o vice-presidente da autarquia, Fernando Medina, dando como exemplo a polémica com as taxas turísticas. 

Medina fez a defesa do legado de António Costa à frente dos destinos da capital para marcar a diferença face às políticas do Governo. “Aqui em Lisboa não pensamos com a direita e aqui em Lisboa não governamos com a direita”, referiu para logo distinguir “de um lado Passos Coelho, do nosso lado António Costa”. 

O presidente da Federação de Lisboa do PS, Marcos Perestrello, alinhou pela mesma estratégia de sublinhar que “a direita fracassou”: “Há uma inusual troca de papéis a que temos assitido. O Governo mais que governar tem feito oposição à oposição como se António Costa fosse primeiro-ministro e o CDS disputasse com o PSD a liderança da oposição”. 

Além do combate ao Governo, os socialistas também apontaram a mira a Cavaco Silva. Carlos César afirmou que o próximo Presidente da República deve exercer um “magistério mais activo”. “Precisamos de um Presidente da República que reabilite a percepção de que em Belém mora, tem que morar, um Presidente de todos os portugueses”, disse. 

Actualizada às 13h01

sonia.cerdeira@sol.pt