“O partido é também uma relação de afecto”, disse Costa logo no início do discurso de abertura ao Congresso do PS. Mas a separação entre “sentimentos e política” tem que ser feita. “Por isso quero felicitar os socialistas pela forma exemplar que têm sabido enfrentar uma prova para que nunca ninguém está preparado, um choque que para todos nós é brutal”, afirmou o secretário-geral, numa referência ao caso José Sócrates.
A estratégia de Costa para o Congresso era conter a teoria da cabala em marcha nas críticas feitas à Justiça com a detenção do ex-primeiro-ministro, mas acabou por destapar o véu e mostrar “confiança”: “Todos temos sabido separar os sentimentos da política, mostrar a fibra de que se faz um partido como o PS, uma fibra que, contra ventos e marés, acreditam e não resvalam na confiança num Estado de Direito e nos seus ideais”.
Mais à frente no seu discurso, Costa voltou a falar da Justiça, embalado por um ataque ao Governo. “Como se respeita a separação entre política e Justiça, a integridade do poder judicial quando se desrespeita logo o tribunal que é o principal guardião da lei fundamental do país?”, questionou Costa. “Temos que travar o confronto permamente com a Constituição e o Tribunal Constitucional para devolver a dignidade e estabilidade às instituições”, concluiu.