Uma homenagem pela voz da actriz Maria do Céu Guerra a quem o ex-Presidente da República, Mário Soares, fez questão de cumprimentar com um beijo na mão.
Costa pegou na violência doméstica para recentrar o discurso nas pessoas. “É por isso que a política é necessária. A política são as pessoas, tem a ver com a resolução do problema das pessoas”. E invocou o Papa Francisco, na visita que fez ao Parlamento Europeu, para concluir que “a dignidade da pessoa humana é o valor principal sob o qual tem que se guiar a nossa acção política”.
O final do discurso de encerramento do agora consagrado secretário-geral do PS foi marcadamente ideológico, virado à esquerda. Costa preocupou-se em falar para as pessoas – “os problemas de Portugal e dos portugueses não são abstracções estatísticas, são histórias de vida concretas” -, ao mesmo tempo que enumerava as propostas que o PS fez para o Orçamento do Estado e a maioria chumbou, nomeadamente a manutenção da cláusula de salvaguarda do IMI. De cada vez que Costa referia a maioria – que se fez representar por uma delegação do PSD e do CDS – era recebida com apupos e assobios dos socialistas presentes.
Costa destacou o desemprego e a pobreza e recordou Manuel Alegre, que ontem teve o discurso mais à esquerda do Congresso, para criticar a direita. “O pior que a direita negou foi o corte na esperança de cada português e a confiança no futuro em Portugal”, acusou.
A pátria também esteve presente no discurso de Costa que lembrou o 1º de Dezembro e os Descobrimentos para mostrar que esta não é a primeira crise que o país enfrenta e elogiar a força que o povo português “sempre teve para enfrentar toda a adversidade”. “Os portugueses não desistiram”, garantiu, recebendo aplausos de pé.
Depois de ter piscado o olho à esquerda no início do seu discurso e recusado alianças à direita, Costa terminou o discurso de encerramento a apelar à mobilização de todos, militantes e simpatizantes, para captar o voto aos “descrentes, aos que votaram neutro, aos que estão desiludidos”.