Segundo o WSJ, a procuradoria de Nova Iorque e um grande júri federal estão a investigar o possível envolvimento do BES de Miami num esquema de lavagem de dinheiro de um grande empresário venezuelano que se encontra numa lista negra das autoridades norte-americanas. A investigação foi aberta depois de um alerta emitido pelos funcionários do banco de Miami perante uma inusitada entrada de fundos provenientes de uma empresa estatal venezuelana.
O jornal afirma ainda que, também na Líbia, os negócios do antigo BES, ali representado pelo Aman Bank, estão sob investigação. A suspeita é a de que aquele banco do GES terá auxiliado o círculo mais próximo do antigo ditador Muammar Kadhafi a retirar fundos do país perante a queda iminente do regime. O dinheiro terá seguido para a Suíça e o Dubai.
Precisamente na Suíça, em Setembro, foram conduzidas buscas a escritórios do grupo também no âmbito de uma investigação a suspeitas de lavagem de dinheiro, segundo confirmou ao WSJ uma porta-voz da procuradoria-geral helvética.
Já em Portugal, recorda o WSJ citando o governador Carlos Costa, o Banco de Portugal investiga a inadequação dos procedimentos de prevenção de branqueamento de capitais no que diz respeito ao BESA.
Para além de traçar um breve perfil de Ricardo Salgado e do seu naufragado BES, o jornal norte-americano refere outras “controvérsias” em que o grupo esteve envolvido além-fronteiras: “Em 2005, por exemplo, uma investigação do Senado dos EUA ao património oculto do ditador chileno Augusto Pinochet concluiu que o BES operou contas secretas para este e para a sua família”. A operação terá sido conduzida numa altura em que Pinochet era alvo de sanções internacionais.