A intenção está expressa numa carta que, na dupla condição de presidente do Governo e da Comissão Política Regional do PSD-Madeira, enviou ontem aos seis candidatos à sua sucessão.
O prazo para apresentação de candidaturas terminou a 28 de Novembro e Jardim entendeu, agora, enviar duas cartas: uma aos candidatos à liderança do PSD-Madeira e outra aos mais de 7 mil militantes social-democratas.
Na missiva, Jardim escreve que o presidente da República, Cavaco Silva “se limita ao cumprimento rigoroso das suas competências constitucionais, sem qualquer intervenção no processo que decorre com as eleições internas no PSD-Madeira”.
Assim, prossegue, “a fim de apresentar aminha demissão de presidente do Governo Regional, conto pedir a marcação de uma reunião com Sua Excelência o Senhor Representante da República a 12de Janeiro próximo, após a posse da nova Comissão Política Regional no fim-de-semana anterior, data a partir da qual, estatutariamente, tem a responsabilidade de dirigir o Partido”.
“Se a nova Comissão Política decidir que o novo líder do Partido forme Governo, terá de garantir tal vontade quando constitucionalmente chamada por Sua Excelência o Senhor Representante da República, o que exige uma maioria de suporte na Assembleia Legislativa da Madeira”, traça Jardim.
“Se a nova Comissão Política optar por eleições antecipadas, igualmente o deverá comunicar nos termos do número anterior”, refere.
O líder regional enumera as “etapas legais em caso de eleições antecipadas” [o calendário eleitoral só previa Regionais em Outubro de 2015] e dá a entender que já conversou com Cavaco Silva sobre tal cenário.
Do teor da carta aos candidatos foi dado conhecimento ao representante da República, ao presidente da Assembleia da Madeira, ao presidente da Mesa do Congresso do PSD-Madeira, ao secretário-geral e presidente do Grupo Parlamentar na Assembleia Regional, e ao presidente do Conselho de Jurisdição Regional da Madeira do PSD.
Já na carta aos militantes social-democratas, Jardim é muito mais explícito na sua preferência por dois candidatos (Manuel António Correia e João Cunha e Silva) e avesso à conquista da liderança do PSD-M por Miguel Albuquerque, Miguel de Sousa, Sérgio Marques ou Jaime Ramos.
Na missiva –que “não é uma despedida”- Jardim pede aos militantes que não deixem o partido cair “nas mãos de maus companheiros”.