Esta é a segunda vez que o comunista marca presença nos debates promovidos pelo Clube, fundado por Joaquim Jorge. Em 2011, a participação de Jerónimo de Sousa ficou marcada por uma ameaça de bomba, o que levou à evacuação da sala onde o líder comunista se preparava para falar. A ameaça, porém, não passou de um falso alarme e o debate acabou por acontecer.
O convite de Joaquim Jorge a Jerónimo de Sousa acontece no ano em que o secretário-geral do PCP assinala 10 anos na liderança do partido. Jerónimo de Sousa, numa entrevista recente à Lusa (24 de Novembro), admitiu que espera continuar em funções para lá de 2016, assim continuem as "forças, saúde e confiança" dos "camaradas".
“Sem saúde não se faz nada. Em termos de capacidade, física e anímica, de convicção em torno do nosso ideal, não me sinto diminuído. É evidente que não serei eterno, mas aquilo que acolho, de contacto com o partido e com o povo português – muitos não sendo militantes comunistas, amigos do partido ou até mesmo fora desse universo – é que o incentivo é para continuar", afirmou.
O secretário-geral do PCP tem sido uma das vozes mais críticas à política de austeridade seguida pela maioria PSD/CDS em virtude do programa de assistência financeira que Portugal negociou com as instâncias internacionais, em 2011.
Sobre uma aliança com o PS de António Costa nas Legislativas do próximo ano, o líder comunista foi claro na referida entrevista à Lusa: disse que recusa “juntar os trapinhos” com o PS em troca de lugares num futuro governo e criticou o “vazio muito grande” de António Costa, o candidato socialista a primeiro-ministro.
Mais tarde, a 30 de Novembro, Jerónimo de Sousa respondeu a António Costa, que aproveitara o Congresso do PS para desafiar os partidos à sua esquerda (BE e PCP) a saírem da “posição cómoda” do protesto e a “virem trabalhar para a solução”. De Alenquer, chegou a resposta dos comunistas: “Da nossa parte nunca houve problema em apoiar propostas que considerássemos positivas vindas do PS. Não temos esse preconceito. Estamos abertos ao diálogo, à convergência, mas definindo políticas e não tentar pensar formar um governo”.