“Se pensarmos como foi o Bloco Central, percebemos que muitas das medidas muito duras que foram tomadas não teriam sido possíveis certamente sem um grande ministro das Finanças mas, sobretudo, tudo seria impossível sem a capacidade política de mobilização de uma liderança que Mário Soares assegurou, que permitiu vencer aquela crise e a integração na União Europeia”, afirmou o secretário-geral do PS, logo a seguir a lembrar que “não há país nenhum para enfrentar a crise se não tiver confiança”.
Costa pegou no Bloco Central para defender um projecto que devolva a confiança aos portugueses e frisar que “não há país que viva na contemplação do Memorando de entendimento”. E deixa o aviso à navegação: “São instrumentos mas não fim em si próprios”.
Há duas semanas, Costa tinha recusado acordos à direita, independentemente dos protagonistas. “Não é um problema de nomes. O meu filho chama-se Pedro, é um nome de que eu gosto. Não é uma questão de ser Pedro ou ser Rui”, disse.
Nesse mesmo congresso, Francisco Assis, que até agora tem sido o rosto dos socialistas que defendem um Bloco Central, acabou por sair chateado por não ter falado e teceu críticas à 'esquerdização' do partido.
Agora Costa lembra a experiência emblemática de Bloco Central, de 83 a 85, que teve Mário Soares como protagonista e Ernâni Lopes no cargo de ministro das Finanças.
“2015 tem que ser o ano da confiança. Ano Novo, vida nova”, disse Costa para terminar o seu discurso. Antes lembrou que em 2015 se assinalam os 600 anos de Ceuta e os 60 anos da descolonização e que é um ano para “nos superar”. “Agora a expansão não é para fora, mas para dentro de nós próprios, temos que descobrir as Índias dentro de nós próprios para levantar o país”, afirmou.
Antes, Ferro Rodrigues fez um pequeno discurso onde imperou o bom humor. Primeiro brincou com a mudança de liderança no PS: “Nesta legislatura esperemos ficar por aqui, já vamos no terceiro secretário-geral, éramos um partido conhecido pela nossa estabilidade. Vamos ficar por aqui de certeza”. Depois, com o facto de os papéis se terem invertido, uma vez que Costa tinha sido líder parlamentar quando Ferro foi secretário-geral: “Há onze anos foi ao contrário. Cá se fazem, cá se pagam”.
E por fim com o “problema dos microfones”, primeiro com Eduardo Cabrita e Paulo Núncio e esta manhã com o deputado José Magalhães que, sem saber que o microfone estava ligado, se referiu a Manuel Espírito Santo como “o gajo”, na comissão de inquérito do BES: “Primeiro Eduardo Cabrita e hoje José Magalhães. Cuidado com os microfones”, brincou.