"Valia a pena os sindicatos da TAP ponderarem bem sobre aquilo que estamos [Governo] a dizer neste momento", considerou o governante, logo acrescentando que o cancelamento da greve seria o "melhor presente que sindicatos podem dar a todas a famílias portuguesas".
O responsável falava com os jornalistas em Lisboa, à margem da reunião da Plataforma de Acompanhamento das Relações da Cadeia Agroalimentar (PARCA), onde esteve acompanhado pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas.
Pires de Lima lembrou que a greve, que afecta o período de Natal, "prejudica muitas famílias de emigrantes" e "as comunidades das regiões autónomas, por exemplo, sendo que a requisição civil que o executivo implementou é um direito mas também uma "obrigação moral".
O caderno de encargos para a privatização da TAP, medida que os trabalhadores contestam, só vai a Conselho de Ministros a meio de Janeiro e "objectivamente" ainda havia "oportunidade de negociação" dos sindicatos por forma a tentarem "influenciar" esse caderno, sublinhou ainda o ministro da Economia.
Já hoje o presidente da TAP, Fernando Pinto, alertou que a sobrevivência da companhia aérea está em risco "caso se prolongue a instabilidade actual", convidando os trabalhadores "a reflectir na melhor forma de contribuir para a salvaguarda do futuro TAP".
"[…] Nesta conjuntura, sinto ser meu dever dizer claramente: a sobrevivência da TAP está em risco caso se prolongue a instabilidade actual e se não normalizarmos rapidamente a relação de confiança com o nosso mercado. Se tal não acontecer, com urgência, de pouco importará saber se a TAP deve ser pública ou privada", afirmou Fernando Pinto, numa carta enviada hoje aos trabalhadores da companhia, a que a Lusa teve acesso.
A requisição civil aprovada na quinta-feira pelo Governo abrange cerca de 70% dos trabalhadores da TAP, permitindo realizar todos os voos previstos para os quatro dias da greve, afirmou o ministro da Economia, António Pires de Lima.
A decisão de relançar a privatização da companhia aérea, suspensa em Dezembro de 2012, acendeu uma nova onda de contestação, que culminou com a marcação de uma greve geral de quatro dias de 27 a 30 Dezembro.
O Governo pretende apresentar o caderno de encargos da venda de até 66% do grupo TAP até ao início de Janeiro, para depois ser levantado pelos potenciais interessados, devendo o processo estar encerrado no primeiro semestre de 2015.
Lusa/SOL