TAP assegura voos mesmo com greve

A TAP está em condições de «operar normalmente» nos próximos dias, mesmo com a manutenção da greve por três sindicatos, entre hoje e 30 de Dezembro. Os trabalhadores afectos a estas estruturas já indicaram que irão cumprir a requisição civil decretada pelo Executivo na semana passada, que obriga os funcionários a comparecer no posto de…

TAP assegura voos mesmo com greve

Nove dos 12 sindicatos que integravam a plataforma negocial desconvocaram a greve ainda no dia 24, depois de terem chegado a um «memorando de entendimento» com o Governo para reactivar um grupo de trabalho que irá estudar os pressupostos da privatização da companhia aérea. Durante três dias até ao Natal, o secretário de Estado Sérgio Monteiro reuniu permanentemente com os sindicatos, em articulação com o ministro Pires de Lima.
Segue-se agora uma nova ronda negocial, até 15 de Janeiro – a data prevista para o fecho do caderno de encargos da privatização em Conselho de Ministros, onde deverão estar consagradas as preocupações dos sindicatos.

Segundo explicaram ao SOL fontes envolvidas nas negociações, a manutenção de regalias dos funcionários e dos postos de trabalho depois da privatização serão os principais pontos da discussão.
A Lusa avançou que o memorando assinado prevê a discussão de mecanismos que previnam a mudança da sede para o estrangeiro nos dez anos após a privatização, a manutenção do perímetro empresarial do grupo ou do hub em Lisboa.

As fontes contactadas pelo SOL indicam que a discussão destes pontos não deverá ser difícil, já que o caderno de encargos da privatização falhada da TAP em 2012 já incluía estes requisitos para definir o vencedor. Os pontos mais delicados serão antes a manutenção dos postos de trabalho depois da privatização, a inibição de processos de despedimento colectivo, a manutenção de regalias definidas em acordos colectivos da empresa, como complementos de reforma ou seguros de saúde.

TAP com prejuízo
A TAP congratulou-se com a desistência da greve de nove sindicatos. «Mantêm-se três sindicatos sem desconvocar a greve, mas continua a manter-se igualmente a requisição civil decidida pelo Governo para o período em questão», garantiu a empresa, em comunicado.

Segundo avançou ao SOL o porta-voz da companhia, mesmo com a desconvocação da greve houve 20 mil reservas canceladas depois do anúncio da greve, que implicou uma quebra na receita de 6,5 milhões de euros.

ana.serafim@sol.pt
joao.madeira@sol.pt