O ex-assessor de imprensa Luís Bernardo, ficou famoso para os portugueses depois do anúncio do resgate financeiro de Portugal. A entrada em falso do ex-primeiro-ministro nos directos televisivos mostrou-o a pedir opinião ao seu assessor: “Assim fica melhor ou fica melhor assim?” – questionava Sócrates sobre a melhor forma de olhar para a câmara.
Luís Bernardo, bastante conhecido entre os jornalistas como o principal assessor de Sócrates, também colaborou com António José Seguro no Novo Rumo e nas eleições europeias, como consultor, e ainda deu uma ajuda na campanha para as primárias “como amigo”. “Quando acabou, desliguei. Sou empresário e não estou ligado ao partido”, afirma ao SOL.
O ex-assessor político de Sócrates, entre 2005 e 2009, José Manuel Almeida Ribeiro (que acabou por ser promovido já no segundo Governo a secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro) também está fora da política activa. Originalmente quadro do SIS (Serviço de Informações de Segurança), após as últimas eleições pediu transferência para o SIED (Serviço de Informações Estratégicas de Defesa).
O ex-espião que agoradá aulas de sindicalismo
Em 2012, Almeida Ribeiro trocou a vida de espião pela de professor, no ISCTE. É actualmente secretário-geral do IPPS – IUL – Instituto para as Políticas Públicas e Sociais, uma escola ligada ao ISCTE mas que não confere graus académicos – apenas dá cursos de formação pós-graduada, seminários e outras actividades de formação. O ex-assessor e governante faz parte do corpo docente da pós-graduação em Sindicalismo e Relações Laborais: “Preparar o Sindicalismo do séc. XXI”. Não se mostrou disponível para falar com o SOL.
Sorte diferente teve Vítor Escária, assessor económico do ex-primeiro-ministro, que acompanhou o memorando de entendimento por parte do Governo socialista. Mestre pelo ISEG em Economia Monetária e Financeira (orientado por Vítor Constâncio) doutorou-se depois em Economia, na Universidade de York (a mesma de Cavaco Silva, em Inglaterra). Agora é um dos onze economistas escolhidos por António Costa para preparar o cenário macro sobre o qual o PS construirá a estratégia económica do programa eleitoral a apresentar na Primavera.
Outro assessor recuperado por Costa é o chefe de gabinete de António Guterres (entre 1995 e 1999) e depois de José Sócrates (entre 2005 e 2006). Luís Patrão integra o novo Secretariado do PS. Foi secretário de Estado da Administração Interna e saiu na sequência da polémica que também levou à demissão do ministro Armando Vara, com a famosa Fundação para a Prevenção e Segurança.
Quando chegou ao poder, Sócrates deu-lhe ainda as funções de director-geral do PS. Natural da Covilhã, terra de infância e adolescência de Sócrates, Patrão e o seu irmão Jorge, que foi candidato a líder da JS no início da década de 80, terão sido os responsáveis pela adesão do ex-primeiro-ministro ao PS. Saiu do Governo para a presidência do Turismo de Portugal. Regressa com Costa que lhe entregou a pasta da gestão do partido.
David Damião, o outro assessor de imprensa de Sócrates no seu primeiro Governo, volta ao Rato para a mesma função. Ao contrário de Luís Bernardo que fez os dois governos de Sócrates, Damião saiu nos primeiros anos, para um apetecível cargo na embaixada de Madrid. Segundo despacho do Diário da República, noticiado pelo Expresso, regressou como adjunto do grupo parlamentar, com efeitos a 1 de Novembro.