PCP assume voto favorável à adopção plena por casais gay

O PCP assumiu hoje ir votar favoravelmente, quinta-feira, os três projectos de lei de PS, BE e PEV a favor da adopção plena de crianças por casais do mesmo sexo e recebeu palmas de toda a oposição.

PCP assume voto favorável à adopção plena por casais gay

"Não esquecendo nem desvalorizando a necessidade de resolver os graves problemas que hoje persistem no âmbito da adopção, queremos sinalizar a evolução que hoje se regista em relação a esta matéria e, por isso, votaremos favoravelmente os projectos apresentados", disse a deputada Rita Rato no plenário da Assembleia da República.

Em Maio de 2013, o PCP tinha optado pela abstenção face a diplomas semelhantes de BE e PEV, os quais foram chumbados, com votos contra da maioria da bancada do PSD, do CDS-PP e de seis deputados socialistas, além de abstenções de vários outros parlamentares de PSD e PS.

Ao mesmo tempo, um diploma do PS, apenas sobre co-adopção, foi aprovado em plenário, mas ficaria em suspenso devido à proposta de referendo do PSD, que impôs a disciplina de voto a favor de um referendo com duas perguntas – uma sobre co-adopção e outra sobre adopção plena por homossexuais.

A proposta de referendo foi aprovada na Assembleia da República com os votos favoráveis do PSD e a abstenção do CDS-PP, mas viria a ser declarada inconstitucional pelos juízes do Palácio Ratton em Fevereiro de 2014.

Quando o PS voltou a levar o diploma relativo à co-adopção, aprovado na generalidade, ao plenário, este foi chumbado em votação final global.

Os três projectos de lei de bloquistas, socialistas e ecologistas sobre a adopção por casais do mesmo sexo defendem uma alteração à lei para que "todas as disposições legais relativas ao casamento" sejam interpretadas "independentemente do sexo dos cônjuges".

Do lado da maioria, o líder parlamentar social-democrata, Luís Montenegro, já anunciou que os deputados do PSD vão ter liberdade de voto em relação a estes três diplomas da oposição. Também no PS a regra será a da liberdade de voto.

Lusa/SOL