Actualmente os empresários que obtêm vistos gold fazem-no através da compra de habitação ou investimento directo em empresas. O líder do PS quer que estes empresários invistam antes num fundo de capitalização de empresas que possa ser gerido pelo Estado, por exemplo através do IAPMEI.
Este fundo de capitalização terá diferentes formas de financiamento além dos vistos gold, nomeadamente os reembolsos de fundos comunitários e também empréstimos públicos. A ideia é que este fundo sirva para ajudar as pequenas e médias empresas mais endividadas.
“É fundamental perceber se vai existir e qual vai ser a função do Banco de Fomento que há 4 anos que não ata nem desata e criar mecanismos que permitam reorientar os investimentos mobilizados pelos vistos gold que têm sido utilizados sobretudo para escoar o imobiliário paralisado na banca para um fundo de capitalização que possa ser utilizado, por exemplo, pelo IAPMEI para capitalizar empresas”, anunciou Costa à saída de uma reunião de trabalho com gestores de empresas e associações empresariais, promovida pelo grupo parlamentar socialista.
António Costa propõe ainda incentivos de IRS quando há capitalização de empresas por parte de sócios e sublinha que a reabilitação urbana, que está a ser “subestimada”, tem que ser uma “prioridade”. Medidas que o líder do PS defende depois de quase três horas de reunião com empresários e antes do debate que se realiza esta tarde no Parlamento a pedido do PS sobre “a anemia do investimento, estagnação da economia e crise social”.
O secretário-geral do PS atacou ainda o Governo pela “incompetência” na gestão dos fundos comunitários, queixando-se do atraso na sua execução e que é “incompreensível” que os empresários e as autarquias não tenham sido envolvidas no desenho dos fundos.
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