No arranque das jornadas parlamentares do PSD, no Porto, Marco António Costa não deixou passar a oportunidade de destacar o reconhecimento que veio inesperadamente do líder do PS, quando na semana passada discursava perante uma plateia de investidores chineses nas comemorações do ano novo chinês.
O vice-presidente do PSD considerou que se tratou de uma "frase sincera do líder da oposição", já que "desde Junho de 2013 que há dados positivos" que sustentam a ideia de que o país está melhor.
Números que fazem com que a frase de Costa esteja certa, mas, na opinião de Marco António Costa, esteja já desactualizada a afirmação do líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, que há um ano dizia que o país estava melhor, "as pessoas é que não".
"O que ele disse na altura era verdade então, já não é verdade hoje", sublinhou Marco António Costa, garantindo que "o país melhorou e as pessoas já sentem isso". Funcionários públicos, pensionistas, trabalhadores que viram o salário mínimo nacional aumentar e famílias que vão beneficiar do quociente familiar são, no entender do dirigente social-democrata, as pessoas que já sentem as melhorias do país depois de três anos de programa de ajustamento.
Mas as palavras dirigidas a Costa não se ficaram pelo apoio irónico. Marco António voltou a criticar o líder socialista por não chegar a entendimentos com o PSD e por não apresentar as suas propostas para o país.
E a Grécia voltou a servir de referência para a política interna, com o social-democrata a dizer que "o PS não pode ter dois pesos e duas medidas" na avaliação de Passos Coelho e de Tsipras.
É que, no entender de Marco António Costa até há semelhanças entre o Governo português e o grego. O dirigente do PSD conseguiu mesmo elencar uma lista de políticas que estão a ser propostas por Tsipras e que já terão sido tomadas por Passos.
O programa de apoio alimentar, as tarifas sociais de electricidade para os mais carenciados, as alterações ao mercado de arrendamento e a política de medicamento que permitiu baixar preços foram medidas apontadas por Marco António como políticas semelhantes às propostas pelo Syriza, que foram elogiadas pelo PS na Grécia.