Segundo o jornal, os processos ascendem a quase seis mil euros. Mas o gabinete do primeiro-ministro recusou confirmar ou desmentir a informação a que o Expresso teve acesso.
Passos tentou, esta terça-feira no discurso de encerramento das jornadas parlamentares do PSD, antecipar a polémica, admitindo ter sido questionado por um jornal sobre atrasos na entrega de declarações às Finanças.
"Podem crer que eu muitas vezes me atrasei", adiantou Passos Coelho, sublinhando nunca ter deixado de cumprir as suas obrigações. "Nunca deixei de solver as minhas responsabilidades", disse, para rematar com um: "não tenho nenhuma dívida ao fisco".
"Faço questão de o dizer aqui hoje porque tive ainda ontem conhecimento de que há jornalistas e jornais que querem expor pormenores da minha vida fiscal com o propósito de mostrar que somos todos iguais", disse num discurso onde se apresentou como um homem sério, mas não perfeito.
Numa alusão aos processos disciplinares movidos pela Autoridade Tributária contra funcionários que indevidamente terão tido acesso à sua informação fiscal, Passos garantiu estar disponível para falar sobre a sua relação com as Finanças.
«Quem quiser remexer na minha vida não precisa de se dar a tanto trabalho nem quebrar deveres de sigilo", disse no discurso o primeiro-ministro, que o Expresso garante não ter querido prestar quaisquer esclarecimentos sobre os elementos que comprovam processos fiscais de que terá sido alvo.
No discurso que acabou com uma longa ovação de pé, Passos considerou que as notícias sobre o seu cadastro fiscal fazem parte de uma estratégia de ataque pessoal, levada a cabo por adversários sem um projecto político para apresentar nas legislativas.
“Eu estou pessoalmente e a minha família está pessoalmente preparada para enfrentar todo esse tipo de debate político", garantiu, reforçando a ideia de que está pronto a "enfrentar este ano eleitoral nos termos em que ele se está a desenhar ".
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