Esta posição foi transmitida pelo vice-presidente da bancada socialista Vieira da Silva, depois de o primeiro-ministro ter respondido por escrito aos requerimentos do PS e do PCP sobre a sua actuação perante a Segurança Social no período entre 1999 e 2004.
"O conjunto de respostas revela um comportamento incompreensível e inaceitável por parte do primeiro-ministro", declarou Vieira da Silva, mostrando a convicção de que "serão os portugueses a demitir" Pedro Passos Coelho nas próximas eleições legislativas.
De acordo com o ex-ministro socialista, nas suas respostas, Pedro Passos Coelho "assume uma posição passiva, mais parecendo estar-se perante uma resposta do sistema de Segurança Social".
"Nada diz do que fez, mas apenas aquilo que a Segurança Social diz sobre a sua relação com a instituição. Depois, o primeiro-ministro confirma que, de facto, durante um período prolongando, teve um período de incumprimento de obrigações perante o sistema de Segurança Social – um pilar do Estado democrático", apontou Vieira da Silva.
Ou seja, de acordo com o "vice" da bancada socialista, o primeiro-ministro "reconhece que, depois de ter sido deputado da Nação, de ter aprovado legislação sobre Segurança Social, não cumpriu essa legislação, argumentando que não sabia que era obrigatória".
"O primeiro-ministro deixa também perguntas por esclarecer, pois não se percebe a origem exacta dos valores que estavam em dívida", disse.
Mas, mais importante, segundo Vieira da Silva, é a resposta que o primeiro-ministro dá para a questão de não ter assumido o pagamento logo que teve conhecimento da sua dívida perante a Segurança Social em 2012.
"Disse que pagaria depois de ser primeiro-ministro, mas essa é uma resposta incompreensível, de elevada gravidade e nada transparente. Está em causa uma questão de transparência do primeiro-ministro na sua relação com os cidadãos – e essa é uma resposta inaceitável face às suas obrigações perante o Estado, designadamente o sistema de Segurança Social", sustentou o vice-presidente da bancada do PS.
Questionado se o PS deve pedir a demissão do Governo, Vieira da Silva referiu que o primeiro-ministro "continua em funções porque assim foi decidido pelo senhor Presidente da República".
"Por outras razões, o PS já expressou a sua posição de que o calendário eleitoral deveria ser outro, mas respeitamos a decisão do senhor Presidente da República. Estando o país a alguns meses apenas das eleições legislativas, parece-nos que este comportamento inaceitável do primeiro-ministro vai ajudar a uma conclusão: Quem vai demitir o primeiro-ministro são os portugueses nas próximas eleições", acrescentou.
Lusa/SOL