Hoje, 8 de Março, celebra-se o Dia da Mulher. A discriminação ainda é uma realidade e a política não foge à regra: a introdução de quotas de mulheres em cargos políticos aumentou a participação, mas ainda são os homens que dominam os cargos de topo. O BE é o partido que se mostra mais aberto a incluir maior número de mulheres nas listas às próximas eleições. Os restantes rejeitam ou admitem dificuldades.
«A paridade plena é o objectivo a atingir», afirma ao SOL a deputada bloquista Cecília Honório, admitindo que este é um debate que ainda está a ser feito e é «difícil» nas estruturas locais.
O PDR, de Marinho Pinto, já mostrou intenção de ter 50% de mulheres a concorrer às legislativas. Para a deputada socialista Elza Pais, «o PS devia fazer o mesmo». E queixa-se que, nos partidos, «ninguém está a impor essa cultura», com excepção do BE. Ao SOL, a vice da bancada socialista Ana Catarina Mendes afirma que o partido cumpre os 0,33% da lei, o que «não impede que haja mais».
Mas da intenção à concretização vai um passo de gigante, até porque alguns partidos são contra as quotas. O PSD diz mesmo que as quotas actuais são suficientes. «Não me parece que seja necessário alterar essa proporção», diz ao SOL o líder da bancada do PSD, Luís Montenegro. Apesar disso, reconhece-se que as quotas tiveram a «virtude» de trazer mais mulheres à política, como refere o líder da bancada do CDS, Nuno Magalhães.
Já o PCP rejeita as quotas, notando que nem a discriminação diminuiu nem a participação das mulheres aumentou. «A defesa dos direitos das mulheres faz-se com opções políticas e não por mecanismos administrativos», diz fonte oficial do partido.
com Margarida Davim e Sofia Rainho