Precários Inflexíveis calam Passos no Parlamento

Um grupo de 10 membros da associação Precários Inflexíveis manifestou-se hoje nas galerias do Parlamento quando o primeiro-ministro se preparava para responder ao líder da bancada parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, sobre a sua dívida à Segurança Social.

Os manifestantes assistiram silenciosamente à primeira intervenção de Passos Coelho, que abriu o debate quinzenal desta tarde, até que se levantaram atirando palavras de ordem como "Demissão, demissão". O protesto, dizem, é apenas mais um momento da campanha que tem sido desenvolvida nas redes sociais depois de ser denunciada a dívida do primeiro-ministro à Segurança Social.

"Não é possível que esse primeiro-ministro continue no cargo quando está em falta com a Segurança Social e quando é o responsável pela falência de muitas famílias e empresas que foram perseguidas por um governo que está não sem legitimidade para pedir o que quer que seja", justificou João Camargo da Precários Inflexíveis ao SOL, já no exterior de Parlamento, depois de Assunção Esteves pedir aos policias presentes nas galerias que acompanhassem os manifestantes à rua.

Os manifestantes não acreditam que o assunto vá sair da agenda política e noticiosa nos próximos dias e, por isso, estão a preparar iniciativas para "alertar os portugueses para um caso sobre o qual o primeiro-ministro dá explicações estapafúrdias", embora sem concretizar por enquanto a natureza destas iniciativas.

 "Uma pessoa quando alega que desconhecia a obrigação de pagar uma dívida à Segurança Social é penhorada. Ao primeiro-ministro nada acontece", afirmou João Camargo.

Passos Coelho esperou em silêncio que os manifestantes fossem conduzidos ao exterior do hemiciclo sem fazer qualquer referência ao protesto. Retomados os trabalhos lá deu a resposta à Ferro Rodrigues que não deixou que olvidar do Governo matasse o assunto dívida à Segurança Social na sua intervenção inicial.

Passos novamente interrompido durante debate  

Passos Coelho foi interrompido pela segunda vez durante o debate quinzenal. Já no final da intervenção, um homem gritou: "Essa mudança é um conto de crianças". 

A polícia teve algumas dificuldades em levar o homem das galerias da Assembleia da República, tendo-o levado quase em braços e derrubado um dos polícias que ajudava à intervenção. 

O primeiro-ministro respondia ao PSD, enumerando uma série de feitos do Governo, como ter conseguido baixar os custos da dívida ou alcançar a distribuição do medicamento da Hepatite C, depois de um debate quinzenal que foi todo concentrado em torno das suas dívidas à Segurança Social.