Uma maioria absoluta do PSD será uma validação do jardinismo?
Penso que sim. A forma como se fez a escolha do novo líder do PSD Madeira, com um debate muito aberto durante um ano em que se discutiu tudo, quando toda a gente dizia que o partido era monolítico e que ninguém discutia nada, revelou uma maturidade democrática que toda a gente dizia que estava ausente. Foi desmentido o défice democrático. E a eleição fez-se com toda a normalidade, sem nenhum incidente. Isso significa que Alberto João Jardim preparou o partido para o futuro e que há uma continuidade.
O que se pode esperar do novo ciclo?
Alberto João Jardim teve o seu estilo de governação. Os estilos são próprios, não se imitam. Mas foi o estilo adequado a uma época. Essa mudança é assegurada pela nova liderança do PSD. Hoje, não é compreensível que se ande em campanhas dispendiosas. Há um tipo de campanha diferente. Por outro lado, há a realidade nova das redes sociais e do peso que tem essa forma de comunicação política. Parece até que as campanhas são mais mornas, mas essa é uma falsa percepção por ignorância do peso que tem essa intervenção partidária nas redes sociais.
E na governação?
Obviamente que tem de haver mudanças. O ciclo que fechámos foi o de apetrechar a região com os meios e as estruturas que a aproximam do nível nacional e do nível europeu, na Saúde, na Educação, nas infra-estruturas viárias, na Cultura. Agora, é preciso ter uma política de manutenção de tudo isso e puxar cada vez mais pela Cultura, pela Saúde e pela Segurança Social, que são áreas que têm de ser mantidas com uma sensibilidade social que Jardim cultivou sempre muito e que o partido mantém.
Miguel Albuquerque pode trazer uma nova relação com o Governo do continente?
O novo presidente do PSD Madeira já definiu a sua postura na sua relação com o Estado. É uma relação de cooperação, mas não de submissão. Cada época exige respostas diferentes. A resposta dada no período de Jardim foi a certa e sem ela não tínhamos conseguido o que conseguimos. Neste momento, é preciso ter outra forma de estar e de negociar. Mas há aqui um ponto fundamental: a autonomia regional. É preciso não abdicar de aprofundar e aperfeiçoar a autonomia em sede de revisão constitucional. É importantíssimo que isso aconteça.
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