"O primeiro-ministro foi logo o primeiro a ir ao parlamento dizer 'não existe'. A ministra das Finanças não disse nada durante várias semanas, porque está a fazer o seu currículo. O secretário de Estado [dos Assuntos Fiscais], pelos vistos, também não tem nada a ver com a história. O director-geral [da Autoridade Tributária] também não, o subdirector-geral também não. Deve ser o porteiro", afirmou António Costa, perante um Rivoli — Teatro Municipal cheio, no Porto.
O secretário-geral do PS, que falou durante mais de 40 minutos, declarou ainda que há quem queira "empurrar" o partido para coligações, mas sublinhou que "o PS não é um partido de aviário feito à última da hora, é um grande partido nacional, é um grande partido popular".
"Há uma coisa que temos de dizer olhos nos olhos aos portugueses: a razão de ser do PS não é prosseguirmos nós a política dos outros, não é prosseguirmos nós a política que falhou, a nossa missão é fazer aquilo que os portugueses desejam", disse António Costa, que falou após o líder da distrital socialista do Porto, José Luís Carneiro, e o recém-eleito dirigente da concelhia do Porto, Tiago Barbosa Ribeiro.
António Costa afirmou que quando o PS apela a uma maioria não o faz "pela mesquinha vontade de [ter] mais deputados do que os outros", mas "porque [quer] que o Governo seja formado por decisão dos portugueses e não pelos jogos políticos na Assembleia da República ou condicionados pelo Presidente da República".
"O que eu pergunto é se, com tantos casos, com tantas trapalhadas, com tantas confusões, não haverá nada que seja da responsabilidade deste Governo? É tudo culpa dos outros? Não é aceitável esta política de passa-culpas", disse o dirigente socialista.
Lusa/SOL