O líder comunista falava na cerimónia de homenagem a Álvaro Cunhal, que a partir de hoje dá o nome a um dos principais acessos à cidade de Santarém, numa iniciativa da União de Freguesias da Cidade de Santarém que mereceu o apoio unânime da Câmara Municipal e que se insere nas comemorações dos 41 anos da Revolução de Abril de 1974.
"Álvaro Cunhal foi o bom exemplo do político que dignificou a actividade política, como uma actividade nobre, porque exclusivamente ao serviço da resolução dos problemas do país e do povo", afirmou, lembrando o "imenso legado" deixado por uma personalidade "fascinante e multifacetada".
Para Jerónimo de Sousa, a homenagem que o país tem prestado a Álvaro Cunhal, num "momento de inquietantes fenómenos de regressão social e retrocesso civilizacional", mais se justifica "para demonstrar que os políticos não são todos iguais e que a actividade política pode e dever ser uma actividade nobre".
Álvaro Cunhal foi lembrado pelo seu percurso revolucionário e político, mas também pelo seu "apaixonado interesse por todas as esferas da vida, nomeadamente na actividade de criação artística".
O presidente da Câmara Municipal de Santarém, o social-democrata Ricardo Gonçalves, lembrou o cidadão e político que com "empenho e lealdade" lutou pelas suas ideias e convicções, considerando Álvaro Cunhal "uma referência na História de Portugal", pela sua "inteligência, talento, entrega".
Antes, o presidente da União de Freguesias da Cidade de Santarém, Carlos Marçal (também eleito pelo PSD), historiou o percurso de uma personalidade "maior" do século XX português, justificando a proposta apresentada ao executivo municipal como o reconhecimento da "excelência" da luta e do trabalho de Álvaro Cunhal em defesa dos valores da liberdade e do seu "extraordinário exemplo como cidadão".
Lusa/SOL