No mesmo sentido se pronunciou o ministro das Finanças de Vladimir Putin, que ontem declarou que de Atenas não tinha vindo um pedido de ajuda financeira – recorde-se que também Moscovo se encontra neste momento a braços com uma grave crise económica.
Tsipras já está no Kremlin e o encontro começou cordialmente, aparecendo ambos os líderes com um ar distendido nas fotografias oficiais.
A visita deverá ter como objectivo fundamental conseguir uma excepção para os frutos vermelhos gregos no âmbito do embargo russo aos produtos agrícolas oriundos da União Europeia. Embargo que, recorde-se, foi a resposta do Kremlin às sanções económicas decretadas pela UE após a anexação russa da Crimeia.
Apesar de tudo, Alexis Tsipras já deu um sinal político no sentido mais temido por muitos líderes europeus: a quebra da unidade no bloqueio a Moscovo. Numa entrevista dada na terça-feira à agência noticiosa russa TASS, o primeiro-ministro defendeu que as sanções impostas por Bruxelas “não levam a lado nenhum”.
E confirmou a intenção de dar início a uma “cooperação substancial que permita à Grécia exportar os seus produtos agrícolas para a Federação Russa”.
Martin Schulz, o presidente do Parlamento Europeu, já reagiu. “A Grécia pede e obtém uma grande solidariedade por parte da UE. Assim também nós pedimos à Grécia para ser solidária e para que esta solidariedade não seja quebrada unilateralmente” disse a um jornal alemão.
Laços históricos e religiosos – ambos os países são maioritariamente cristãos ortodoxos – unem a Rússia e a Grécia.