Medina ignora acordo na capital

Fernando Medina puxou João Paulo Saraiva, do movimento Cidadãos por Lisboa, para vereador com o pelouro das Finanças na Câmara da capital, apesar de no acordo de coligação, assinado em 2013 para as eleições autárquicas, ter ficado presente que, em caso de suspensão de um eleito de uma força política, este seria sempre substituído por…

Medina ignora acordo na capital

Com a renúncia de António Costa, a seguinte na lista seria Catarina Albergaria, da UGT, que pediu a suspensão de mandato por seis meses. “Tenho quase a certeza absoluta que foi meu o primeiro passo para suspender o mandato devido a incompatibilidade com o sindicato”, diz ao SOL Catarina Albergaria, que faz parte do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, referindo que nos estatutos há uma incompatibilidade com o desempenho de funções executivas no poder local. 

Segundo o acordo celebrado por Costa e Roseta, “as substituições ocasionais dos eleitos serão feitas de modo a garantir que o eleito de uma força política é sempre substituído por outro da mesma força política”. Deveria ser então José Borges, da JS, a entrar como vereador. Mas, sabe o SOL, Fernando Medina pediu – e teve o aval de Costa – que ficasse João Paulo Saraiva, um homem da sua confiança e que constava na lista a seguir a Catarina Albergaria. Deu-lhe o pelouro das Finanças, que até agora lhe pertencia.

Sete contra três

Os dois conhecem-se desde os anos 90, do período em que Saraiva foi vice-presidente da Associação Académica de Coimbra e Medina fazia parte da Federação Académica do Porto.

Assim, o movimento Cidadãos por Lisboa passa a três vereadores e o PS fica com sete. Apesar do incómodo com a mudança na relação de forças, os socialistas de Lisboa esperam para ver. Até porque João Paulo Saraiva, engenheiro de formação, também já foi do partido e é considerado um dos menos ‘radicais’ daquele movimento.

Já Catarina Albergaria acaba a suspensão do mandato em Outubro, altura das legislativas. O SOL sabe que já fez constar junto da direcção do PS que a incompatibilidade de funções é só ao nível dos órgãos locais. Um cargo como deputada seria uma hipótese a equacionar.

sonia.cerdeira@sol.pt