Com a renúncia de António Costa, a seguinte na lista seria Catarina Albergaria, da UGT, que pediu a suspensão de mandato por seis meses. “Tenho quase a certeza absoluta que foi meu o primeiro passo para suspender o mandato devido a incompatibilidade com o sindicato”, diz ao SOL Catarina Albergaria, que faz parte do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, referindo que nos estatutos há uma incompatibilidade com o desempenho de funções executivas no poder local.
Segundo o acordo celebrado por Costa e Roseta, “as substituições ocasionais dos eleitos serão feitas de modo a garantir que o eleito de uma força política é sempre substituído por outro da mesma força política”. Deveria ser então José Borges, da JS, a entrar como vereador. Mas, sabe o SOL, Fernando Medina pediu – e teve o aval de Costa – que ficasse João Paulo Saraiva, um homem da sua confiança e que constava na lista a seguir a Catarina Albergaria. Deu-lhe o pelouro das Finanças, que até agora lhe pertencia.
Sete contra três
Os dois conhecem-se desde os anos 90, do período em que Saraiva foi vice-presidente da Associação Académica de Coimbra e Medina fazia parte da Federação Académica do Porto.
Assim, o movimento Cidadãos por Lisboa passa a três vereadores e o PS fica com sete. Apesar do incómodo com a mudança na relação de forças, os socialistas de Lisboa esperam para ver. Até porque João Paulo Saraiva, engenheiro de formação, também já foi do partido e é considerado um dos menos ‘radicais’ daquele movimento.
Já Catarina Albergaria acaba a suspensão do mandato em Outubro, altura das legislativas. O SOL sabe que já fez constar junto da direcção do PS que a incompatibilidade de funções é só ao nível dos órgãos locais. Um cargo como deputada seria uma hipótese a equacionar.