"Pela primeira vez desde os últimos 15 anos, nós iremos sair de um défice excessivo, quer dizer, registaremos um défice inferior a 3%", disse o chefe do Governo.
Na inauguração da 29.ª Feira Internacional de Agropecuária e Artesanato de Estremoz (FIAPE), o primeiro-ministro salientou que, se não fosse pelo "pagamento dos custos da dívida passada", ou seja, dos juros que tem de pagar, Portugal até já estaria "em terreno positivo", no que respeita ao défice público.
Lembrando que a dívida "é um peso que trava um bocadinho a capacidade de crescer", quer no sector privado, quer na área pública, Passos Coelho considerou que, para o futuro, "é muito importante que o país prossiga um caminho de desendividamento".
"Quem anda a pagar o atrasado, tem menos folga para investir no futuro. E as coisas esticam, mas têm um limite, nunca conseguimos que os nossos recursos dêem para tudo", afirmou.
Do lado dos privados, "apesar de a dívida das empresas ainda ser muito elevada", já se nota que "tem vindo a diminuir", argumentou Passos Coelho, acrescentando que, por sua vez, o Estado "não tem ainda diminuído a sua dívida", mas "tem travado o ritmo de endividamento, que é uma questão diferente".
"O Estado, sempre que tem um défice, isso representa dívida para futuro. Essa é a razão pela qual é tão importante persistir neste caminho de diminuição do défice público. E estamos a fazê-lo", afiançou, frisando que o país está a "aproveitar a boa conjuntura para diminuir os custos da dívida e para amortizá-la".
Na sua intervenção em Estremoz, já depois de, em Beja, ter inaugurado um novo perímetro de rega e a edição deste ano da feira agropecuária Ovibeja, o primeiro-ministro insistiu no papel importante que, nos últimos anos, "todo o sector agrícola, agropecuário e agroindustrial tem tido para a dinamização da economia" portuguesa.
Elogiando o sector agrícola pelo nível "elevadíssimo" de aproveitamento dos apoios comunitários, Passos Coelho alertou ainda que, neste novo quadro que vigora até 2020, "uma boa utilização dos fundos europeus será crítica" para aproveitar, "com o máximo retorno possível, esse apoio financeiro que está à disposição".
Lusa/SOL