O acordo de princípio assinado no sábado por Passos Coelho e Paulo Portas define que as listas serão feitas com base nos resultados eleitorais das legislativas de 2011, distrito a distrito. A regra deverá ser aceite sem grandes problemas, mas há dúvidas ainda na cabeça das estruturas locais sociais-democratas.
Uma delas tem que ver com saber se os centristas terão ou não cabeças-de-lista. Se a regra dos resultados de 2011 for seguida à risca, o CDS fica sem cabeças-de-lista. Mas é sempre possível que Passos defina excepções para permitir que algumas das principais figuras centristas – como Paulo Portas, Pedro Mota Soares e Assunção Cristas – encabecem as listas de alguns distritos.
No PSD haverá abertura para que isso aconteça, mas nada está ainda fechado.
No caso das últimas europeias, que também seguiram os resultados eleitorais de há quatro anos, o CDS não teve direito sequer ao segundo lugar da lista: Nuno Melo vinha em quarto.
Outra das dúvidas prende-se com a forma como serão cumpridas as quotas de género na formação das listas. “Se o terceiro lugar tiver de ser uma mulher e esse lugar couber ao CDS, respeita-se isso?”, questiona um conselheiro nacional, dando um exemplo concreto: “Se em Aveiro se definisse, pelos resultados de 2011, que Portas seria o terceiro, entrava nesse lugar? Ou teria de ser uma mulher em terceiro?”.
Outra questão que os conselheiros quererão ver preto no branco é algo comum em coligações: acertar que, caso um dos elementos da lista de um partido saia, por hipótese para um lugar no Governo, será substituído por alguém do próprio partido e não necessariamente pelo nome que se segue na lista.