A nuance permite que o apoio seja definido antes das legislativas, algo que poderia ser útil a um candidato como Rui Rio, que goza de níveis de notoriedade muito inferiores aos de outros putativos candidatos do centro-direita como Pedro Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa.
Mas na direcção do PSD rejeita-se a ideia de que a palavra “preferencialmente” tenha sido introduzida para favorecer uma das hipóteses em cima da mesa. Pelo contrário: os dirigentes do PSD ouvidos pelo SOL asseguram que a ideia é manter tudo em aberto.
“É uma forma de manter um território de decisão alargado”, justifica um vice-presidente social-democrata, explicando que, com esta fórmula, PSD e CDS se protegem em relação a “circunstâncias que não dependem dos dois partidos”, como os timings de apresentação das candidaturas a Belém.
“É para manter as opções em aberto”, confirma outro elemento da direcção de Passos Coelho, assegurando que a nova formulação do texto “não tem nada que ver com Rui Rio” e uma eventual candidatura a Belém do ex-presidente da Câmara do Porto.
“Sobre as presidenciais, estamos em black out até às legislativas”, ironiza um vice-presidente do CDS, sublinhando que a prioridade continuam a ser as eleições para escolher o próximo Governo.
De resto, na direcção do PSD a linha é a mesma, com um vice-presidente social-democrata a sublinhar que no texto ontem aprovado pelo Conselho Nacional do partido o que se lê é que o assunto deve ser tratado “preferencialmente após” as legislativas. Ou seja, Outubro continua a ser, na cabeça das direcções dos dois partidos, o momento ideal para definir apoios.